sábado, 5 de março de 2011

00:01 - Novo SMS - Feliz Aniver, Lu!

Lembro de quando eu era adolescente e ficava ansiosa esperando pelo meu aniversário. Para ser mais precisa, eu não só esperava pelo dia, como esperava pela meia-noite, aquele segundo que me tornaria, oficialmente, mais velha. E toda essa espera decorria do conhecimento de que em alguns segundos, ou no máximo 2 ou 3 minutos após a meia-noite, meu celular começaria a tocar com os torpedos desejando feliz aniversário.

Recordo que as mensagens recebidas não diziam apenas “Feliz Aniver”. Eram mensagens pensadas, criativas, divertidas na maioria das vezes. Em contrapartida, eu fazia o mesmo. Uma semana antes do aniversário das minhas amigas eu já começava a pensar no teor das mensagens... Escrevia umas três (afinal, eram textos complexos!) no celular e deixava salvo como rascunho para enviar assim que o relógio mudasse de data. Lembro inclusive de uma vez que o destinatário recebeu a mensagem 10 segundos após a meia-noite, momento em que eu praticamente me tornei a recordista em pontualidade (e também descobriram que eu planejava com antecedência).

E os presentes... Se as mensagens eram pensadas na semana anterior, aqueles começavam a ocupar minha mente quase 1 mês antes. Inicialmente os presentes não eram comprados, eram construídos. Alguém tinha um álbum, outra pessoa tinha uma foto engraçada da aniversariante, outra tinha um CD só com as músicas favoritas da felizarda... e assim montávamos um kit. Fora os poemas, cartas quilométricas...

Com o tempo, no entanto, a criatividade foi diminuindo. As mensagens à meia-noite deixaram de se tornar um plural, passando a ser apenas de uma pessoa. Os presentes permaneceram coletivos, mas se tornaram mais materiais do que sentimentais; mais quantitativos do que qualitativos.

Hoje... A sociedade me considera uma adulta. À meia-noite meu celular não tocou.

Nem 10 minutos depois.

Tampouco à 1 hora da manhã.

Não que eu estivesse esperando, na realidade eu já sabia que nada aconteceria. Até achei engraçado quando o primeiro “parabéns” chegou pelo Orkut, e de um ex-professor!

Com tal evolução histórica de aniversários, sempre imaginei que as alterações estivessem relacionadas à idade, como se aos 15 anos fossemos mais criativos e déssemos mais importância aos minutos.

Todavia, esse ano descobri que não é a idade que deixa as pessoas mais acomodadas, e tal descoberta adveio de 4 “caras”:

Cara 1: Sempre foi um grande amigo, até chegamos a ficar em uma festa há alguns muitos anos. Todo ano ele sempre me envia um verdadeiro e-mail no meu aniversário, com muito mais do que 5 linhas. E esse ano não foi diferente. Ponto por saber ser criativo e sincero!

Cara 2: Conheci não faz muito, mas ele sempre demonstrou interesse. Esperava que ele mandasse um torpedo ao invés de um simples recado em redes sociais, o que de fato ocorreu. Todavia, o que eu não esperava é que ele faria uma montagem de fotos muito legais e me enviaria. Ponto pelo presente diferente!

Cara 3: Conheci no início da faculdade e sempre achei interessante, mas nunca aconteceu nada. Fui surpreendida no meio da tarde com um e-mail tão sincero como o do Cara 1. Definitivamente, unexpected.

Cara 4: Conheço há muitos anos e já saímos por algum tempo, mas ele mora em outra cidade. Ligou no meu aniversário. Aliás, curioso que antigamente todo o mundo ligava, hoje, aparentemente, só existe e-mail. Creio que a única outra pessoa que tenha me ligado foi a minha prima – dizendo que estava ligando porque a internet não estava funcionando. Enfim, como se não bastasse, o cara 4 enviou uma carta. Sim, uma carta, com carimbo do correio e tudo o mais. Estranho, não? O que poderia ter em uma folha de papel que não poderia ter em um e-mail? O perfume...

Todos são homens... Não eram as mulheres mais criativas? Ou será que com o tempo as amigas se acomodam, ao passo que os homens têm de se mexer?

terça-feira, 23 de março de 2010

Mas eu não sei o meu número.

Faz alguns dias já, talvez um mês, quando vi alguém diferente entrando na sala do meu chefe. Entrevista.
Tentei fingir que não vi aquele rosto bonito, vai que ele pensasse que eu estou encalhada ou que eu não pego ninguém?

Algumas semanas depois, meu colega veio me apresentar o moço. Constrangimento básico naquela história de 1, 2 ou 3 beijinhos (por favor, será que alguém poderia fazer algo de útil e inventar uma regra pra isso?!). E assim a vida foi indo...

Dia desses concluí que estava na hora de atualizar a lista de telefones dos estagiários e talvez já não parecesse tão desesperada para apenas ter o número dele no meu celular. Cheguei bem feliz:
- Oi! Então, eu tenho uma lista com o telefone de todo o mundo porque sempre acaba dando algum problema, a pessoa não vem, ou sei lá... Enfim, aí ninguém tem o telefone de ninguém. Resumindo, para evitarmos problemas futuros, poderia me dar o teu número?
- Claro (pegando o celular)... Mas eu não sei o meu número.
*Ahnn?*
- Faz assim, me dá o teu número que eu te dou um toque e aí tu anota o meu.
E nisso se mete o meu colega que nos apresentou:
- Há! Só pra ter o número dela, né!

Não sei porque, mas tenho certeza que eu fiquei muito mais envergonhada do que ele e tratei de sair dali rapidinho. O fato é que minhas amigas, digo, uma amiga, achou isso super fofo e tudo o mais. Eu também acharia, não fosse a dúvida sobre a memória daqueles olhos azuis. Quer dizer, tem gente que não sabe o próprio número, né? Vai que ele comprou o celular ontem ou têm vários chips ou... era só uma desculpa?

No outro dia, cheguei em casa e fui procurá-lo no orkut. Pelo nome, na comunidade da faculdade... Nada. Desisti.

Mais um dia, e ele comentou que não tinha achado ninguém no orkut, com exceção de outro colega. Falei que era amiga do tal colega, é claro. Novamente, o moço foi rápido e me adicionou.

Agora, um parênteses: normalmente eu não tenho muito saco pra me arrumar. Não que eu vá trabalhar de havaianas e calça de moleton, mas normalmente vou com uma blusa qualquer e tênis porque depois vou à academia. Hoje, entretanto, resolvi colocar uma roupa diferente, com direito até a um saltinho discreto. Deixo claro que isso nada tem a ver com ele, ao menos não conscientemente.

Lá pelo meio da tarde minha colega me olha e solta um:
- Luana, toda arrumada! Até parece que está interessada em alguém...

É isso aí, todo o mundo sabe que eu estou a fim dele. Acho que vou trocar de estágio.

domingo, 14 de março de 2010

The Changing Night

Considero-me muito mais racional do que emotiva. Enquanto houver uma possibilidade, ainda que ínfima, terei controle sobre a situação. Posso gostar de alguém, acordar pensando nele, não conseguir estudar por causa dele, mas não começarei a me descabelar (até porque eu ficaria horrível) só porque o “ele” da vez não me cumprimentou. Muito pelo contrário, agirei como se eu também não houvesse reparado que ele estava lá. Tudo sempre está sob controle nesse meu sistema super protetor, contudo, há uma falha.

Enquanto a consciência mandar, está tudo certo. O meu grande inimigo é o inconsciente (que talvez não seja tão desprovido de consciência assim...): os sonhos.
E sexta-feira, eu sonhei.

Com ele.

domingo, 7 de março de 2010

Olhar 73

Foi na primeira semana do meu novo estágio que eu o vi pela primeira vez. Estava caminhando pelo corredor daquele setor gigantesco quando finalmente encontrei alguém do sexo oposto que me atraísse. Bonito, sem dúvidas.
O tempo foi passando, descobri que eu não era a única a pensar isso (obviamente), mas nunca soube de qualquer fofoca a respeito do moço. Lembro-me de quando descobri o nome dele, felicidade idiota por ao menos poder nomear alguém.

Trabalhamos em núcleos diferentes, dessa forma eu nunca havia conversado com ele, nem tinha qualquer pretexto para fazê-lo. Chegou o verão e eu comecei a trabalhar no turno da manhã, diminuindo significativamente o número de vezes que poderíamos esbarrar no corredor. Todavia, ao menos uma vez por dia eu o via: ele senta exatamente ao lado da sala do café, separado apenas por uma parede de vidro. Assim, toda vez que eu vou tomar água, viro à direita enquanto olho para a esquerda... Às vezes ele me via, outras tantas permanecia compenetrado trabalhando. Mas o olhar... era um olhar 73. É, 73, porque eu nunca ouvi falar do tal olhar 73, e pra mim, é esse o olhar. Um olhar penetrante, sério, sem qualquer alteração facial. Curioso, no mínimo.
Tenho minhas dúvidas se eu consigo responder ao olhar da mesma forma, mas me esforço para lançar ao menos um olhar 72,5.

Diversas vezes eu o encontrava na parada de ônibus, na fila ao lado da minha. Então, segunda-feira as coisas mudaram. Sentei no banco do ônibus e, quando a porta estava prestes a fechar, entra o último passageiro: ele. Como toda mulher que se preze, tratei de olhar pro chão. Ele sentou lá na frente, único local que havia bancos disponíveis. Fiquei me perguntando onde ele desceria, mas não demorou muito.

Desde então, eu não vou mais à sala do café sem perceber aquele olhar. Não há sorrisos, nada. Apenas o olhar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tequila inoportuna

Há certas coisas que simplesmente não esquecemos. O primeiro cara que eu fiquei, por exemplo. Mas não é ao beijo que me refiro, e sim, às conseqüências. Para mim não foi nada demais, mas o cara resolveu pegar no meu pé. E isso durou mais de um ano...
Alguns verões mais tarde e após alguma quantidade incerta de tequila, o pesadelo recomeça. O ator é diferente, a sucessão dos fatos, também: em 2010 tudo está pior - em parte porque as operadoras de telefonia móvel inventaram essas promoções absurdas de ligações por preços absurdos e 1 zilhão de torpedos gratuitos.

Não sei como ainda não inventaram alguma função no celular para não tocar quando determinado número liga. Ou quem sabe já tenham inventado e só eu ainda não descobri...

Apesar de todo o incômodo, devo admitir que a previsibilidade masculina é uma grande aliada. Após ligações não atendidas e torpedos ignorados, qual seria o próximo passo? Internet, é claro. E o ingênuo até me avisou que estaria online neste exato momento. Não entrar no MSN e bloquear é muito simples, o divertido foi entrar no orkut horas antes apenas para que ele não me visse entrando única e exclusivamente para apagar o scrap...

Por sinal, homem que utiliza mais que um ponto de exclamação, pra mim, é gay. Não me venha com essa de "oi!!!", principalmente depois de ser ignorado por uma semana.

E depois as mulheres é que não entendem o que o sumiço significa...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tédio: companheiro de todas as tardes

Comecei a trabalhar no turno da manhã essa semana. Um mundo de possibilidades apareceu diante de mim ao visualizar a oportunidade de conseguir algumas tardes livres durante as férias da faculdade.
Agora eu me pergunto: onde eu estava com a cabeça?!
Agradeço profundamente por ter uma academia pra ir e com isso já matar 3 tardes da minha semana. Por sinal, é um saco ir à academia no turno da tarde.
Quanto aos 2 dias restantes, nada de cinema, nada de passeios, nada de compras, nada de estudar ou fazer qualquer coisa útil. Há fortes indícios de que minhas futuras semanas não serão muito diferentes desta nesses dias: filmes e seriados.
Então é isso, minha vida se baseia em meu HD externo não ficar maluco (como já aconteceu) e apagar todos os meus seriados. Até lá, sou uma pessoa feliz. Ok, não feliz-feliz-feliz, mas feliz!

Tudo bem, admito. Tudo isso foi para confessar o inconfessável: eu quero um namorado! Quer dizer, se ele estivesse na praia nesse momento e eu aqui, tendo que acordar às 6h da manhã, provavelmente não ficaria muito contente. Ainda assim, suponho que o desgraçado ao menos me ligaria da beira do mar e assim eu poderia lembrar qual é o toque do meu celular...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Great power, no responsibility.

Eu não presto. Definitivamente. Não, não me entenda mal. Não é que esta seja a grande descoberta de 2010. Na realidade, eu nunca tive qualquer certeza do contrário.

MSN. O maldito. Depois ainda me perguntam porque eu só entro uma vez a cada ciclo lunar (ok, ninguém jamais sonhou em falar exatamente isso e, sim, ando lendo muitos livros antigos)! Pois bem, hoje confessarei: como o tio do Homem-Aranha diria, "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades". Sabendo disso, como posso eu ficar online em um momento de fraqueza, digitar uma frase simples e com isso fazer que um homem resolva viajar 2.000 km para me ver? Não, eu não disse que finalmente ele vai conseguir alguma coisa. Apenas comentei sobre o fato de uma banda que ele gosta fazer um show aqui. O detalhe de que haverá um show na cidade dele também, sempre soube, não faria diferença.

Eu não poderia ter tocado no assunto. Não poderia. Now it's too late.

E eu não presto.




E eu falei do Homem-Aranha no meu blog!